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sexta-feira, 8 de outubro de 2010

O que é ciência?

O que é ciência?

A ciência tem transformado nosso mundo moderno de maneira profunda e espetacular. Ela mexeu tanto com cada pedacinho da vida que é impossível escapar às suas garras, para o bem ou para o mal.
No contexto da ciência, “saber” significa exercitar a curiosidade, observar e coletar informação suficiente para identificar, distinguir e descrever as diferentes características da realidade da forma mais verdadeira. Essa “realidade” pode ser real, virtual, concreta, natural, artificial, abstrata, física ou metafísica.
Ciência do Latim “scientia” significa conhecimento refere-se ao qualquer  conhecimento ou prática  sistemática.
Os tipos de conhecimentos dentre eles estão: cientifica, filosófico, teológico e vulgar. O conhecimento cientifico é gerado por especialista, é sistemático, objetivo, rigoroso, metódico, justificativo,  demonstrativo e racionamente construído.
Ciência segundo Houases é um processo racional usado para o homem  para se relacionar com a natureza e assim obter resultados que seja útil.
È um conhecimento que, em  constante interrogação de seu  método, suas origens  procura obedecer a princípios validos e rigorosos, almejando especialmente coerência  interna e sistematicidade .
Ander Egg ciência é um conjunto, de conhecimento racional, e certo ou prováveis  obtidos pelos metodicamente, sistematizados e verificáveis .
Os elementos da ciência são: objetividade, funcionalidade, formalidade e materialidade.
A ciência se classifica em matemática, físico-química , biológicas, morais e metafísicas.
OS METODOS CIENTIFICOS
A  investigação cientifica depende de um conjunto de procedimentos intelectuais e técnicos (Gil, 199 p. 26) para que  objetivos sejam atingidos  os métodos científicos.
Métodos científicos nada mais é que conjunto de processos que se devem impolgar na investigação cientifica. Um a linha de raciocínio adotada no processo de pesquisa.
Na era do caos da incerteza os métodos científicos     andam com o prestigio abalado mesmo tendo     um   reconhecimento  de grande importância, hoje, mais do nunca se percebe que a ciência não é fruto de um roteiro de criação totalmente previsível.
A Filosofia também estuda a Ciências (Filosofia das Ciências) , conheça os pensadores e filosofos que são a base de uma corrente de pensamento que visa buscar respostas e estimular a reflexão, assim como as implicações filosóficas que levam em consideração a Biologia, Química e física (Ciências Naturais) atreladas por exemplo a Psicologia e Economia (Ciências Sociais) por exemplo, sendo assim consideradas peças fundamentais no entendimento de como se desenvolveu e tem se desenvolvido o pensamento científico.
Definições de Ciências:
Definição geral (ampla) = Conhecimento acumulado pela humanidade que visa explicar os fenômenos Naturais.
Definição Específica (estrita) = Conhecimento gerado a partir do método hipotético dedutivo, ou seja método sistemático, objetivo e reproduzível (Surge no século XVII).
Senso Comum = Mistura filosofia e religião, é um “método não programado”, não se preocupa em explicar o fundamento de suas conclusões, nem em testá-las, podendo ainda se basear em idéias de natureza mística e sobrenatural. O  senso comum  é  o  modo  mais  antigo  e  natural  de  procurar  explicações  para  os fenômenos naturais.
A ciência e suas origens
A palavra ciência é derivada do latim, do termo scientìa, que significa conhecimento ou saber.
Por esta razão, deveria abranger a totalidade do conhecimento, isto é, daquilo que é objeto de
aprendizado. Existe,  entretanto,  um segundo conceito  de  ciência, que possui  um caráter  mais
estrito,  denotando conhecimento  ordenado  da  natureza, gerado  por  um método  sistemático,
como proposto por Francis Bacon no início do século XVII. Este último conceito exclui a ciência de
estudos humanísticos, como a filosofia a as ciências sociais e também a dissocia da religião.
A ciência tem duas correntes: uma voltada para a produção de tecnologia e a outra visando
à  pura  busca  do conhecimento.  A  primeira  se  desenvolveu  a  partir  da  gradual  invenção de
instrumentos e implementos que permitissem ao homem sobreviver de maneira mais fácil e segura
e se tornou, recentemente, aquilo que denominamos ciência aplicada. A segunda se instituiu na
Antiguidade e abrange hoje a maior parcela da produção científica, recebendo a denominação de
ciência básica.
Um grupo de pensadores representa a base da Filosofia das Ciências, sendo peças centrais para explicar como esse pensamento se desenvolveu:
O método hipotético-dedutivo
Francis Bacon (1561-1626), um filósofo inglês, é considerado como o fundador do
método científico. Em uma série de livros publicados entre 1606 e 1626, Bacon propõe o
conceito de ciência empírica, em oposição ao método clássico e teológico-medieval que
iniciava uma investigação com um ponto de vista aceito como verdade, deduzindo a partir
daí as conseqüências. A proposta de Bacon consistiu em começar a investigação, não
com a fé, mas a partir de fatos conhecidos, relacionados com um fenômeno natural,  e
tentar  formular  princípios  gerais  que  explicassem  esse  fato.  Em  sua  obra  Instauratio
Magna (Grande Instauração) de 1620, Bacon ressalta que, a menos que se tome muito
cuidado, as informações que a mente humana absorve tendem a ser falsas, confusas e
alheias aos fatos. Segundo Bacon, a mente precisa se proteger de idéias preconcebidas,
do favorecimento de opiniões próprias, da valorização indevida do que é antigo ou novo e
da utilização de modos de pensar filosóficos ou religiosos, nos quais a verdade é deduzida
a partir de premissas pré-estabelecidas. Além disso, Bacon alerta para o uso de palavras
impróprias ou não específicas o suficiente, que possam ser interpretadas incorretamente.
O procedimento preconizado por Bacon evoluiu para o método hipotético-dedutivo.
Nessa concepção, um estudo científico deve começar pela observação e investigação de
algum fenômeno natural e as informações obtidas devem ser utilizadas para se chegar a
algum  entendimento  das  causas  fundamentais  do  fenômeno  ou  de  associações  entre
eventos aparentemente não relacionados. Hipóteses provisórias são formuladas com base
nas  informações  selecionadas  e,  a  partir  dessas  hipóteses,  são  feitas  deduções  que
permitem testá-las. Tais deduções são conclusões plausíveis e previsões obtidas a partir
da  hipótese,  que  propiciam  a  elaboração  de  propostas,  observações  e  experimentos.
Estes  últimos,  por  sua  vez,  são  realizados  para  testar  a  hipótese,  validando-a  ou
rejeitando-a.
A contribuição de Karl Popper
Os  séculos  que  se  seguiram  a  Bacon  foram  dominados  pela  idéia  de  que  as
explicações  científicas  eram  simples  generalizações  derivadas  de  observações  de  um
fenômeno particular, tal como “uma vez que todos os cisnes que já observei eram brancos,
concluo que todos os cisnes são brancos”. Essa visão equivocada da ciência denominada
positivismo, perdurou até o século XX.
Em  meados  do  século  XVIII,  o  filósofo  escocês David  Hume apontou  um  sério
problema na indução de generalizações. Segundo ele, a única garantia que se tem para o
sucesso do método indutivo é o seu sucesso no passado, isto é, “o que nos faz supor que
um próximo cisne que venhamos a encontrar seja branco é o fato de todos os anteriores
terem  sido  brancos”.  Entretanto,  uma  próxima  observação  pode  derrubar  essa
generalização particular, como “encontrarmos um cisne preto”, por exemplo.
Na tentativa de resolver esse paradoxo, o filósofo austríaco Karl Popper (1902-1994)
enfatizou  que a  idéia  até  então  vigente,  de  que  os cientistas  acumulam  simplesmente
exemplos de um fenômeno e, então, derivam generalizações a partir deles, estava errada.
Para  Popper,  os  cientistas  propõem  hipóteses  sobre  a  natureza  do  mundo  que  são
rigorosamente  testadas.  Esses  testes,  entretanto,  não  são  tentativas  de  provar  uma
hipótese em particular, mas de negá-las. Assim, segundo Popper, provas logicamente é
algo impossível de se obter. Nós podemos apenas negar algo com alguma certeza, pois
pelas  diversas  razões  que  Hume  apontou, um  único  exemplo  contra  é  suficiente  para
negar  uma  generalização;  enquanto  prová-la  requereria  a  tarefa  impraticável  de
documentar  todo  os  exemplos  possíveis  de  um  fenômeno  em  questão  (inclusive,
presumivelmente, aqueles que ainda não ocorreram).
Assim, apesar de seu método sistemático e criterioso, a ciência não possui meios de
demonstrar  que  uma  hipótese  é  correta  ou  verdadeira.  As  hipóteses  científicas
somente  se  credenciam  por  meio  de  testes  de  falseabilidade,  isto  é,  de  testes  que
forneçam condições para que, se a hipótese não for correta, uma certa previsão formulada
a partir dela não se confirme, e assim a hipótese seja rejeitada (ou refutada). E se a
hipótese  não  for  refutada,  ela  nunca  poderá  ser  comprovada,  mas  apenas  aceita  (ou
corroborada).
Hipótese, leis e teorias
Uma hipótese é uma tentativa de explicação para um fenômeno isolado. Uma lei, por
sua vez, é uma descrição das regularidades de uma classe de fenômenos. Já as teorias
são  aquelas  que  estruturam  as  uniformidades  e  regularidades  descritas  pelas  leis  em
sistemas mais amplos. Uma teoria, portanto, procura explicar um conjunto abrangente de
fenômenos  da  natureza.  Vejamos  um  exemplo  de  aplicação  desses  conceitos:  “Até
meados  do  século  XIX,  imaginava-se  que,  se  as  formas  alternativas  de  determinado
caráter se cruzassem geneticamente, o resultado seria uma combinação de todas elas.
Mendel, monge e botânico austríaco de origem tcheca, propôs a hipótese de que não
existe  herança  por  combinação,  ou  seja,  os  caracteres  são  transmitidos  através  de
fatores (genes) que permanecem intactos. Mendel realizou uma série de cruzamentos com
ervilhas durante gerações sucessivas e, mediante a observação, formulou sua primeira lei
(lei do monoibridismo, segundo a qual existe nos híbridos uma característica dominante
e uma recessiva e cada caráter é condicionado por um par de fatores, os atuais genes,
que se separam na formação dos gametas.) e sua segunda lei (lei da recombinação ou
da  segregação  independente,  segundo  a  qual,  num  cruzamento  em  que  estejam
envolvidos dois ou mais caracteres, os fatores que determinam cada um deles se separam
de forma  independente durante a formação dos  gametas e se recombinam ao acaso).
Estas leis, por sua vez, constituíram a base para a formulação da teoria cromossômica
da hereditariedade (que determina que a transmissão dos caracteres depende do fato de
os  genes  estarem  situados  no  mesmo  cromossomo  ou  em cromossomos  diferentes  –
abrange as leis  de  Mendel  e  outros  conhecimentos  relacionados  com  a  estrutura  e  o
funcionamento celular para formular uma explicação mais abrangente para o fenômeno da
transmissão de caracteres)”.
No lusco-fusco cultural a ciência não pode ser a única correspondente do ato compreender e modificar. Mesmo porque a experimentação, da forma como pressupões as pretensões das correntes metodológicas. Ciência só se ajusta com a Educação Física aos olhos da cultura geral. Não se pode analisar uma entidade ajustá-la à outra, desconsiderando seu conteúdo histórico cultural. Não há qualquer possibilidade de sobrevivência da disciplina, porém há indicativos de que haverá possibilidade de se estabelecer como entidade. Para tal, temos uma obrigação inusitada, enfrentar o rigor da cultura
que começa com a destruição do estigma disciplinar ou profissional e absorver um conceito de corporeidade e motricidade que seja aceito como o são no incrível valor prático de seu conteúdo. Não se desloca teoria para a prática sem que aceitemos o diálogo cultural do aprender como se comunga na religião. O distanciamento preconcebido equivocadamente pela ciência da lógica para com a mágica, da razão para com a fé, nos fez perder de vista, o rigor da ciência com o mundo vivido, esporte, a dança, as atividades lúdicas, a ginástica, inspira um confiança na comunidade praticante que pela falta de engajamento cultural e pelo excesso de sistema e educações postulou o ensino e destruiu a sedução. Os
parâmetros justificados e vividos por alguma prática ou técnica deveria absorver o ser humano na concretude da sua antropologia. Uma noção de estrutura que transita entre conceito, valores e comportamentos, podendo apenas ser visível à luz da experiência primária das práticas corporais das comunidades primitivas. Uma espécie de atletismo primitivo verificado no homem corporal-motor.
Não podemos treinar atletas, educar alunos, brincar as crianças e adultos, poetizar os
que permitam fazer interpretações relevantes e consistentes da busca do hommo sapiens, hommo fortius, hommo ludens.
Diante do aporte e do escopo de saber e conhecimento possível de ser redescoberto no conceito de
Educação Física, estamos prestes a reviver nossa própria realidade corporal como quem descobre a realidade humana inusitada. Não poderá haver ciência da Educação Física se não houver a constituição filosófica e a arte. Para tal, toda atividade física que fazemos está além de uma prática desesperada, pois diante dela repousa a vida, que inspira frequentemente um metabolismo que ultrapassa a textura da pele. O saber que se construiu na Educação Física virá retroagir com as vicissitudes, da dinâmica de uma aula, no rigor do treinamento, no prazer das coreografias, e no prazer de brincar.  Há tempo, ainda estamos na trilha.


REFERÊNCIAS
Kunhn, T. Estruturas da revolução científica. São Paulo, Editora Perspectiva, 1982.
Mauss, M. Antropologia e sociologia. São Paulo, Ed. USP, Vol. II, 1974.
Nietzsch, F. Le livre du philosophe: etudes théorétiques. Paris, Aubier, 1965.
p.5-16, 1984, p. 7.
Prigogine, I. A nova aliança, metemorfose da ciência. Brasília, Editora UnB, 1997.
Starobinski, J. Linguagem poética e linguagem científica. Diógenes: Antologia. Brasília, Editora UnB, Vol. 6, ps. 40-55, 1984.
Stegmuller, W. Filosofia contemporânea. São Paulo Editora EPU, Vol II, 1977.
Chalmers, A,F,O que é ciências afianal?, SP Ed Brasiliense 1893.
Granger, GG.A ciência e as ciências, SP UNESP, 1994

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